domingo, 25 de setembro de 2011

Terminal de Sines a todo o gás


São mais de 300 pessoas a trabalhar, quase sem parar, desde o início de 2009, e perto de 200 milhões de euros de investimento para que o terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) de Sines, localizado na costa atlântica portuguesa, se transforme numa das principais portas de entrada de gás natural da Europa, a partir de meados do próximo ano.
Para assinalar a importância deste facto, o ministro da Economia e do Emprego de Portugal, Álvaro Santos Pereira, visita hoje, pela primeira vez, a infra-estrutura da REN, acompanhado pelo seu secretário de Estado da Energia, Henrique Gomes.
Actualmente, o terminal de Sines – que funciona a cerca de 50% da capacidade instalada – é já o maior ponto de abastecimento do gás natural consumido em Portugal, tendo sido responsável por 54% do total em 2010. E, para isso, as instalações da REN têm de estar operacionais 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano. «O grande desafio deste projecto de expansão foi, por isso, manter sempre o terminal operacional durante os trabalhos», diz ao SOL o responsável das obras de alargamento, Pedro Malho, numa visita ao local.
Para construir o terceiro tanque de armazenagem de GNL, bem como outros equipamentos (novos circuito de água do mar e sistema de emissão, e uma terceira baía de enchimento de camiões, por exemplo), a REN está a investir perto de 198 milhões de euros, financiados em partes iguais pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) e por capitais próprios da empresa.
«O benefício para o consumidor final de energia é muito superior ao custo deste projecto. Além disso, graças à sua localização e eficiência, o terminal de Sines reúne todas as condições para ser uma porta de entrada privilegiada de gás natural para a Europa», defende o presidente executivo da REN, Rui Cartaxo.
Em declarações ao SOL, salienta que o terminal de GNL de Sines «é um importante pilar da segurança de abastecimento do país e é fundamental para o aumento da concorrência a nível nacional».
A REN está em processo de privatização e, como é uma empresa regulada, a remuneração dos activos é um dos pontos que mais interessa aos investidores. O terminal, segundo fonte oficial da companhia, «vai entrar para a base de activos regulados da REN e será remunerado à taxa definida pelo Regulador [ERSE]». Entre os interessados nos 51% da REN são apontados a Tufton Oceanic, a REE, a Enagás e a IAS.
Tendo começado a funcionar com exploração comercial no início de 2004, «o terminal já recebeu cargas de 216 navios metaneiros, vindos sobretudo da Nigéria, mas também da Argélia, Qatar e Líbia», relatou, por sua vez, o director-geral do terminal, Paulo Mestre.
O principal cliente ainda é a Galp Energia (mais de 90%), mas a EDP e outros pequenos operadores também já recorreram às infra-estruturas que a REN comprou à Galp em Setembro de 2006, no âmbito do processo de unbundling (transferência de activos) do transporte e armazenagem de gás natural em Portugal. O gasoduto de Campo Maior, com capacidade lotada, é a outra única porta de entrada do gás em Portugal, vindo da Argélia.
«Com a expansão vamos conseguir trabalhar com mais operadores, sobretudo internacionais», explica o director-geral do terminal.
Além do GNL que injecta na rede por gasoduto, o terminal faz o abastecimento de gás natural através do carregamento de camiões cisterna, que chegam a zonas de Portugal que não são servidas pela rede de alta pressão.

Fonte: Jornal Sol - Tânia Ferreira

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