quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PS e PSD discordam sobre responsabilidades na poluição de Sines.


Vítor Ramalho e Pedro do Ó Ramos, presidentes das distritais do PS e PSD, respetivamente, discordam sobre a atribuição de responsabilidades na poluição atmosférica e nos maus cheiros que têm afetado a cidade de Sines, que motivaram a autarquia sineense a apoiar uma comissão dinamizadora do “Movimento Cívico contra a Poluição”. Vítor Ramalho encontra no “complexo industrial, nas lamas de Sines e nos esgotos a céu aberto, as fontes da poluição”, enquanto Pedro do Ó Ramos não consegue “precisar a origem dos maus cheiros”.
O presidente da distrital do PS admite que as responsabilidades na resolução do problema recaem sobre “o governo que, no início de janeiro, ainda sob a tutela do PS, perspetivou o fim desta problemática para três anos”. “Numa deslocação ao Barreiro, a antiga Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território, Dulce Pássaro, entregou ao seu ministério o encargo de resolver os problemas derivados da poluição no distrito”, prossegue Vítor Ramalho. Já o presidente da distrital do PSD entende que as “autoridades fiscalizadoras” são as principais visadas na resolução da poluição em Sines.
 A poluição que afeta a cidade de Sines tem um carácter cíclico que já devia estar resolvido”, afirma Pedro do Ó Ramos, adiantando ser necessário “que as autoridades encarregues de fiscalização sejam mais eficazes para que este problema seja eliminado”. Vítor Ramalho discorda do social democrata ao declarar que “as autoridades fiscalizadoras não têm papel na solução da poluição”, uma vez que “apenas podem constatar fenómenos e é o governo que tem de atuar”.
 Sines tem níveis de poluição atmosférica muito elevados e incompatíveis com a qualidade de vida e ambiental na cidade”, afirma o socialista, retirando quaisquer responsabilidades de atuação à autarquia sineense, uma vez que cabe “ao governo e às empresas localizadas no complexo industrial, como a Galp Energia, regularizar os níveis de poluição”. Pedro do Ó Ramos revela a intenção de “informar, no início de novembro, a Ministra do Ambiente, Assunção Cristas, sobre esta situação, de modo a agir em conformidade”.
 O presidente da distrital do PSD admite que “as fontes das descargas em Sines intoxicam o ar e prejudicam até a vida dos pescadores que ficam dias sem poder exercer a sua atividade”. Vítor Ramalho afirma que, no que diz respeito à contaminação do meio ambiente resultante dos resíduos industriais perigosos, “o distrito de Setúbal é o que possui os maiores níveis de Portugal, cerca de 60%”. O presidente da distrital do PS adianta ainda “o papel preponderante que a câmara de Sines tem na eliminação parcial dos esgotos a céu aberto na cidade, mas este tipo de atuação implica um esforço orçamental enorme”.

Fonte: Setúbal na Rede - Rogério Matos

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