terça-feira, 25 de outubro de 2011

Bigode. Skates feitos com areia de Porto Covo e portas com 200 anos



Dois portugueses criaram uma marca de skates artesanais com materiais e feitios invulgares. O próximo terá a forma de uma nuvem.

Paulo Ribeiro e Vasco Pina Manique aproveitaram uma porta com 200 anos de um edifício pós-pombalino para fazer um skate. “Foi um resto da remodelação da casa do Paulo”, conta Vasco, de 34 anos. “Ficou guardada seis anos até que decidimos fazer um skate com ela. A madeira é bastante resistente, o skate é pesado, mas dá para andar.”
Paulo, também de 34 anos, explica, entusiasmado, outra das invenções da Bigode, uma marca portuguesa de skates feitos à mão que foi lançada há duas semanas. “Chama-se Porto Covo, porque a ideia surgiu lá. É ideal para aquelas estradas alentejanas onde se pode andar sem parar e sem grande esforço.” O longboard tem 99 centímetros e uma particularidade: ao contrário dos skates convencionais, que têm uma lixa em cima para os pés não escorregaram, o Porto Covo tem areia da praia para o mesmo efeito. “É mesmo verdade”, garante Paulo. “Fomos lá buscá-la de propósito.” Os grãos de areia, por cima de uma pintura de azul que lembra o mar, têm um revestimento de verniz antiderrapante para a areia não se espalhar.
Os dois amigos construíram o primeiro skate há um ano. “Devia ser o pior da história”, ri-se Paulo. “Construímo-lo com um contraplacado de madeira que andava lá por casa. Foi só para experimentar. O nosso objectivo não é fazer skates profissionais.” Paulo é designer, Vasco arquitecto e a ideia dos skates surgiu da vontade de experimentar “formas e materiais”. “Passamos o dia em frente ao computador a desenhar e começámos a ter essa necessidade de pôr as mãos no material.”
Depois de várias tentativas surgiu o primeiro skate à séria, o Fish, baseado nos modelos mais antigos de skate e nas pranchas de surf com o mesmo nome. Paulo e Vasco também praticam surf. “Digamos que primamos pelo amadorismo da coisa”, brinca Paulo.
Há duas semanas, o site da Bigode foi lançado (http://www.bigode.org/) já com sete modelos de skate disponíveis, um deles em forma de comprimido e outro rectangular, “ideal para pequenos trajectos entre casa e trabalho e para passar despercebido nos transportes”.
“Temos uma lista enorme de ideias para concretizar. Conceitos que se calhar ainda vão ser mais idiotas”, diz Paulo. Na lista está um skate em forma de nuvem e outros com nomes sugestivos como pixel ou puzzle.

Os skates podem ser encomendados online e custam 270 ou 290 euros completos (com rodas da Sample) ou entre 180 e 200 euros só a tábua.
O nome da marca, garantem, nada teve a ver com o vídeo do Hélio Imaginário, um sucesso do YouTube. “Foi uma infeliz coincidência ele ter bigode.”

Fonte: ionline.pt - Clara Silva

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