terça-feira, 25 de outubro de 2011

“Sobrevivência” da companhia de teatro “em causa” devido a problemas financeiros


O Teatro do Mar, companhia profissional de Sines a celebrar 25 anos de existência, pode ter a "sobrevivência em causa" devido aos cortes orçamentais por parte de instituições e ao envolvimento num projeto cofinanciado por fundos comunitários.
Julieta Santos, diretora da companhia, explicou hoje à agência Lusa que o Teatro do Mar sofreu, este ano, um "corte substancial" no subsídio da Direcção-Geral das Artes, o mesmo tendo acontecido com o valor do protocolo anual celebrado com a Câmara Municipal de Sines, uma realidade que acredita ser "igual em todo o país".
Contudo, de acordo com a responsável, a principal causa da atual "asfixia financeira do grupo" prende-se com o envolvimento no Programa de Ação para a Regeneração Urbana de Sines, no qual é parceiro do município na área de animação de rua.
No âmbito deste projeto, cofinanciado por fundos comunitários, a companhia tem apresentado, desde há dois anos, uma série de espetáculos ligados ao "património local".
"Dias de Espuma", a última produção do Teatro do Mar, que fez algumas exibições no Centro de Artes local em setembro e outubro deste ano, é um exemplo desta parceria.
No entanto, segundo Julieta Santos, os espetáculos "A Pedra do Homem", em 2009, e "Res Pública", em 2010, com a participação da população e envolvendo "cerca de 300 pessoas", têm sido os mais "exigentes" a nível financeiro.
"O programa funciona com pagamento contra fatura. Ou seja, nós temos de pagar e depois, mediante relatórios financeiros e a apresentação da documentação financeira do projeto, é que os investimentos são devolvidos, em 80 por cento do seu valor", disse a diretora da companhia.
"Em anos particularmente mais difíceis, tivemos de fazer investimentos no âmbito deste programa e até à data não recebemos rigorosamente um cêntimo. Isto levou-nos a uma situação de endividamento com alguma preocupação", acrescentou.
Julieta Santos assegurou também que o Teatro do Mar "não tem mais capacidade de endividamento", pelo que, "se os compromissos não forem assumidos a curto prazo, a sobrevivência desta estrutura vai estar em causa", o que "pode acontecer até ao final deste ano".
Contactada pela Lusa, a direção do InAlentejo, entidade que gere os fundos comunitários dirigidos ao desenvolvimento desta região, esclareceu, por escrito, que, "dada a complexidade dos procedimentos de contratação inerentes à operação", os "formulários e documentação de suporte da despesa apresentada" ainda não foram "analisados e validados".
A mesma instituição informou que terá sido feita, há cerca de duas semanas, ao Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional, uma proposta de pagamento, "a título de adiantamento", de cerca de 22 mil euros.

Fonte: DianaFm.com

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